
Filmagem
Pulmão arpado no meu oxigênio, parando
a meio do ar incendiado, incêndio no teu pelo.
no fundo bosque enterro os dedos
Desenrolo pelo teu dorso um invólucro devastador
de lençóis abruptos e tu pesas
sobre o revolto sítio
onde aferida me sinto
ao teu pesar.
Que timbre haverá a proteger cada sílaba
dentro da tua íntima palavra
Que estrela abundante encerra o perpétuo coração
de Nefertite
E tu, lépido corsário, e tu ainda, concentra-te
canta contra tua própria intrepidez.
Põe tua mandíbula a devorar-te, agora, nu.
Recorda à pressa o que mais sussurrar no teu passado
de rústico amador de fêmeas, aquilo que maior
cometimento foi entre coragens e cruezas do teu
corpo aquelas manadas que detiveste
com o sexo fervente erguido
a mim
As paisagens que foste incendiando só para filmares
o novo astro a pôr-se
no meu púbis.